Pesquisa indica existência de sítio arqueológico em Itu
quinta-feira, 18 de julho de 2013Uma pesquisa em andamento pode revelar um sítio arqueológico em Itu (SP). Segundo os pesquisadores, grupos nômades pré-históricos podem ter ocupado uma região próxima ao Parque do Varvito. Os indícios foram encontrados durante as obras de duplicação da linha férrea entre Campinas (SP) e Embu-Guaçu (SP).
O tipo de geografia da região e a presença de água próxima chamou a atenção de pesquisadores que trabalhavam na duplicação de um trecho da ferrovia, em Itu. Pelas características, eles imaginaram que o local poderia ter abrigado civilizações antigas.
“A presença da água na proximidade e a presença de matéria-prima apta ao lascamento. A gente começou a observar a presença de seixos, água, o relevo propício, enfim, uma somatória de fatores ambientais que se tornaram indicativos de ocupação humana”, explica o arqueólogo, Wagner Gomes Bornal.
Seixos são pedras, comuns em beira de rios. Com o material foram feitas muitas ferramentas de trabalho dos povos antigos, e essas ferramentas que foram encontradas em Itu. Desde que a descoberta foi feita, há seis meses, funcionários trabalham quase todos os dias para identificar mais objetos. O trabalho é minucioso, com escavações de a cada dez centímetros. Os funcionários precisam peneirar toda a terra na tentativa de encontrar mais material arqueológico.
Depois, os profissionais identificam e marcam toda a área. Uma das pedras encontradas era usada como martelo na época, informa Bornal. Outra pedra encontrada no local é a lascada, usada antigamente como instrumento de corte. “Essa peça era utilizada para fazer o trabalho de corte. Em uma caça, por exemplo, no caso deles precisarem fazer algum tipo de corte no animal, para a retirada de couro, eles podiam utilizar isso aqui como raspador”, explica o arqueológo Douglas Ribeiro de Morais.
Dezenas de pedras já foram encontradas e a idade exata delas ainda nao foi identificada. Mas os arqueólogos acreditam que elas sejam pré-historicas e que na região viviam grupos nomades, que mudavam de lugar e viviam da caça, pesca e coleta de alimentos.
A pesquisa conta com autorização do Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os trabalhos na área devem durar mais 30 dias. Depois, tudo será levado para análise em laboratório. “Todo esse material é analisado, estudado e classificado. E, a partir desta análise, somada aos dados de campo, que a gente consegue entender a ocupação”, conta Bornal.
Assim que o material arqueológico for identificado, o Iphan define o espaço onde o acervo vai ser guardado e apresentado à comunidade por meio de exposição ou de programas educativos.
Fonte: G1