A partir de quarta-feira (10), a Fundação SOS Mata Atlântica estará em Encontra Itu com seu projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”. Durante cinco dias, o caminhão adaptado ficará estacionado na Praça Independência (conhecida como Praça do Carmo). O objetivo é mostrar a importância do Bioma e promover atividades gratuitas de educação ambiental com a população. Entre elas estão oficinas, exposições, jogos educativos, palestras, análise de água e exibições de filmes. O projeto acontece das 11h às 16h no primeiro dia e das 10h às 16h nos demais. A iniciativa conta com o patrocínio da Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus, e apoio local da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Projeto Mucky e do Grupo Schincariol.

A SOS Mata Atlântica possui dois escritórios na cidade, desenvolve vários projetos na região com foco em restauração florestal e conservação da água. Esta não é a primeira visita do projeto em Itu. Em maio de 2009, Itu foi a primeira a recebê-lo e, desde então, mais de 80 cidades brasileiras já foram visitadas pelo caminhão da SOS Mata Atlântica. Com a nova visita, a ONG pretende relembrar à população que o ar e a água que abastecem a cidade vêm da Mata Atlântica e como todos podem ajudar para evitar que a poluição e o desmatamento continuem a afetar sua qualidade de vida.

De acordo com o último levantamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado em maio de 2011 pela ONG e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), restam hoje em Itu menos de 10% da Mata Atlântica original que um dia cobriu todo o território municipal. “No período de 2008 a 2010, felizmente, não detectamos desmatamento acima de 3 hectares. Ainda assim, a população precisa ficar atenta a não permitir o desmatamento, e especialmente evitar ocupação em áreas de risco ou inadequadas para moradias”, observou Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da ONG e coordenadora do estudo.

A coordenadora da exposição itinerante, Camila Plaça, comentou a importância da mudança no comportamento da população. “As pessoas precisam conhecer como e porque devemos contribuir com a conservação ambiental. É preciso também que a população tenha consciência de que uma pequena ação pode fazer a diferença em nossas vidas e na das futuras gerações. Assim, contribuiremos não só com a redução do desmatamento, mas com a melhoria na qualidade do ar, da água e da nossa qualidade de vida”. Camila ainda destacou que os cidadãos podem e devem cobrar das autoridades uma fiscalização mais rígida e a criação de mais projetos contínuos e efetivos em prol da conservação ambiental.

Escolas e grupos interessados podem realizar visitas monitoradas. O caminhão conta, ainda, com uma estrutura própria para receber deficientes físicos. Além disto, quem tiver interesse em se tornar um voluntário também pode participar. Em caso de dúvidas sobre qualquer uma das atividades, é preciso entrar em contato pelo email itinerante@sosma.org.br. Mais informações em www.sosma.org.br/blog.

Projeto itinerante

Durante os cinco dias da exposição, serão promovidas diversas atrações, parte delas com horário marcado. No primeiro dia (10), às 11h, acontecerá a solenidade de abertura do projeto; entre 11h30 e 16h, acontecerão oficinas de plantio, com a equipe do Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica ¿ Grupo Schincariol e, também, orientações sobre a campanha de combate a queimadas e arborização urbana, com distribuição de materiais educativos, em parceira com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itu. Ainda na quarta-feira, às 16h, haverá a coleta para análise de qualidade da água do rio Tietê.

Na quinta-feira (11/8), a equipe da SOS Mata Atlântica promoverá, a partir das 11h, uma manhã especial com os jogos educativos e, às 15h, uma roda de conversa sobre saneamento rural, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. No terceiro dia (12), entre 10h e 16h, acontecerão novas orientações sobre a campanha de combate a queimadas e arborização urbana, com distribuição de materiais educativos e a exposição sobre primatas brasileiros, em parceira com o Projeto Mucky (também no sábado e no domingo). Ainda na sexta-feira, às 15h, será promovida a roda de conversa “Educação Ambiental e a Mata Atlântica”, com a equipe da SOS Mata Atlântica.

Durante o final de semana serão exibidas sessões do CineMata, o cinema socioambiental da SOS Mata Atlântica, com filmes para todos os públicos. As sessões acontecem às 11h do sábado e às 10h do domingo. Há ainda diversas outras atividades. Entre elas, estão: Mini Biblioteca para consultas, oficinas de desenhos e de pintura de máscaras, a brincadeira Caminho das Águas, Jogo da Cidadania, Jogo da Memória, Quebra-Cabeças Ambiental e o Mapa Interativo.

O público também poderá conhecer a Maquete Dinâmica, que fica exposta durante todo o horário de funcionamento e mostra as diferenças entre dois territórios: um protegido pela Mata Atlântica e outro com uma área desmatada. Simulando uma chuva em cima da maquete, os educadores ambientais do projeto mostram também a importância das matas ciliares, a maneira como os lençóis freáticos são formados, como podem ser causados os deslizamentos de terra e as inundações, além de salientar como os rios assoreados interferem no cotidiano das cidades.

Porteira Aberta

Aproveitando a passagem do projeto pela cidade, a SOS Mata Atlântica realizará a edição de agosto do Porteira Aberta no palco da exposição. Das 14h às 15h da quinta-feira, a gerente de Restauração Florestal da ONG, Ludmila Pugliese, e a técnica em Restauração Florestal, Aretha Medina, estarão no projeto para falar sobre Restauração Florestal.

Qualidade da água

Em cada cidade visitada, a Fundação SOS Mata Atlântica realiza a análise de qualidade da água de um rio, córrego ou lago local. Para isto, a ONG faz a coleta de água usando um kit de monitoramento desenvolvido pelo programa Rede das Águas, da própria Fundação, que possibilita uma análise que engloba 14 parâmetros físico-químicos, como transparência da água, lixo, odor, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, entre outros.

Em Itu, foi selecionado o rio Tietê, com coleta a ser realizada no ponto mais próximo e acessível do local onde o projeto estará estacionado. O resultado será divulgado no final da estadia na cidade. “As análises servem para mostrar para a sociedade a real situação do território onde vive. A população pode e deve ajudar na conservação das águas, gerando menos lixo e separando corretamente os gerados, optando por produtos de limpeza que não agridam os rios e, também, cobrando e apontando erros para as autoridades locais”, destacou Camila.

Novidades da exposição

O projeto iniciou seu terceiro ciclo cheio de novidades, começando pela cenografia e comunicação visual. Novas atrações também foram criadas, como a brincadeira “Caminho das Águas”, onde o visitante vê desde a formação das chuvas e o uso das águas pela população, até o despejo dos esgotos nos rios; e também o Mapa Interativo, que mostra por meio de lâmpadas LED a quantidade de remanescentes nacionais do bioma. De acordo com Camila Plaça, o caminhão, em sua nova jornada, revisitará algumas cidades que já receberam a exposição no primeiro ciclo, a exemplo de Itu, mas também passará por novos locais.

“Vamos voltar em algumas cidades para intensificar a mensagem que queremos passar e, também, para verificar o que evoluiu depois da visita do projeto. Além disso, com o novo layout, pretendemos mostrar que a Mata Atlântica não está apenas nos parques e reservas, mas também faz parte de nossas vidas através da água que bebemos, do ar que respiramos, do clima que toma conta da nossa cidade, entre outros. É possível ter muitas atitudes positivas em prol da proteção do Bioma, e as novas atividades mostrarão como”, avisa.

Ao todo, 43 cidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste serão visitadas durante o terceiro ciclo do projeto, lançado em maio, durante a sétima edição do Viva a Mata – mostra de iniciativas e projetos em prol da Mata Atlântica, em São Paulo.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul